terça-feira, 2 de novembro de 2010

Se precisar de qualquer coisa, a feira de Sátiro Dias tem

Das minhas muitas lembranças da infância, a feira de Sátiro Dias é uma constante. O cheiro, as cores, os sabores... minhas lembranças são assim... acionam todos os sentidos.

Morei na cidade até os 7 anos - interrompidos por idas e vindas a Alagoinhas (minha segunda terra) e a São Paulo (terra de muitos nordestinos). Neste setênio em que vivi por lá, a segunda-feira era marcada pela movimentação da feira. Os carros de som, o sino da igreja, os caminhões pau-de-arara, a alvorada de Alfredo (o ônibus dirigido por Seu Alfredo) subindo e descendo a ladeira do corte, do monte e do cruzeiro, levando e trazendo vendedores e compradores, gente simples, de vida dura e feliz!

A casa de meus avós sempre estava repleta de familiares e amigos que vinham da roça, para vender, comprar ou fazer rolo (escambo).

Era mesmo um dia especial!

Muitos anos depois, sempre que volto para visitar meus pais, volto a velha feira - que não é mais a mesma, mas ainda guarda seus encantos. Ainda vende rapadura, sandália de couro,  chapéu, bacias plásticas, pratos de barro, candeeiro, fumo de rolo, esteira, cebola, cominho e coloral, roupas e muito mais. Hoje tem até CD e DVD piratas, óculos de sol, bonés e tênis falsificados, sorvetes e muitas bugigangas.

Fotos de Deraldo Portella (meu esposo)








O que compramos aqui, não encontramos em nenhum outro lugar. O produto podemos até achar, mas não com aquele aroma, aquele sabor, aquelas cores, e a energia do lugar.


6 comentários:

  1. Ana, parabéns pelo belíssimo BLOG.

    As imagens da feira me levaram a ela.
    Sua narrativa e muito rica ao mencionar os costumes do povo e dizer como a feira é (ou era).
    Gostei das fotos de Sergipe, principalmente a de São Cristóvão, onde lá estive juntamente com seu tio José Valter nos anos 70. Parece que lá o tempo parou.

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  2. Obrigada!

    Tenho o merecimento de experimentar mundos diferentes, de vir da roça para uma cidade não tão grande como Alagoinhas e depois para a capital do estado, sem perder a simplicidade e o gosto pela natureza.

    Visite sempre o este blog, pois tentarei escrever, contar, cantar e registrar em imagens, a nossa cidade de origem.

    Grata,

    Ana

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  3. Eu já havia lido essa sua crônica. Faltou a foto do rosário de ouricuri. Ou "licuri", como é conhecido por lá.
    Beijos.

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  4. Oi, Tom!

    Foi mesmo, não fotografamos o rosário de licuri.

    Mas ainda lembro do cheiro e do gosto daquele colarzinho pendurado ao pescoço quando criança.

    Boa lembrança!

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  5. Ana Lúcia, seus textos são perfeitos, parabéns! Uma delicadeza maravilhosa. Sempre leio, mas, esta é a primeira vez que eu ponho um comentário, porém sempre me envie, por favor! Beijão... Herbet Souza

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  6. Muito obrigada, Herbert! Aproveite e comente mais vezes.

    É sempre bom saber a opinião de outras pessoas para que possamos nos aperfeiçoar.

    Grata

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