quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Um grande amigo

Cajueiro de Seu Eli
Acordei cedo e fui direto ao quintal saudar o dia que acabara de nascer. Esperando encontrar meu amigo Eli com um prato de barro repleto de cajus fresquinhos, como fazia todas as manhãs nos dias em que passamos juntos em sua casa na Ilha. Para a minha surpresa, ele não apareceu!

Eu, a árvore, o cachorro, toda a natureza em volta sentiu uma estranheza em sua ausência. O que haveria acontecido de tão importante para impedir seu ritual?

Existem pessoas que são tão necessárias para o equilíbrio da vida, que o simples fato de pensar em ficarmos distantes delas nos causa ansiedade... Assim eu me sentia naquele instante! Dei uma volta na casa arrodeada de avarandados, olhei as redes que estavam sempre armadas, procurei embaixo da velha mangueira onde costumávamos sentar à noite para prosear, e nada... Ali, ao lado da mangueira ainda ardia as brasas da fogueira que acendíamos, sentávamos em volta e dávamos asas a imaginação.

Olhei em volta, suspirei, e voltei para o cajueiro. Nada.

Ao voltar para a casa encontrei acordadas as outras pessoas da família. Desejei um bom dia a todos e fui preparar o nosso café da manhã, sentindo um vazio inexplicável!

Tudo parecia estranho! O silêncio, o vento, o mar, as árvores, os animais, as pessoas... quando finalmente acordei e lembrei que estávamos ali, mas o velho amigo Eli havia feito "a viagem para o andar de cima".

Fique em paz, meu amigo, pois aqui, estaremos sempre pensando em você!

Um comentário:

  1. Ao ler esta homengaem ao nosso amigo Eli, vivenciei junto com suas palavras toda a sensação que foi expressa por ti.
    Como foi bom vivenciar estes momentos e conhecer este ser humano nesta encarnação.
    A saudade é grande e a lembrança é VIVA!

    Amigo, sei que está bem onde estar e onde quer que esteja, saiba que neste plano você fez e tem amigos.

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