Aldeia de Hippie - Arembepe - Bahia |
O sol surgiu escaldante
Janeiros e fevereiros
O rio Capivara secou
Secou também a esperança de um povo
Que luta, que brinca, que chora e sorri
Janeiros e fevereiros
Verão, sol escaldante
Tartarugas marinhas, hippies, coqueiros
O sol brilha igualmente para todos
Rio Imbassaí |
A vida segue seu curso
semelhante às águas de um rio
às vezes calmo, tranquilo
um filete de água contornando os obstáculos
outras vezes, caudaloso, perene, impetuoso
Caminho das águas
Caminho do mar
E a vida segue seu curso
Entrada de Baixio - tirada de dentro do carro em movimento |
Escolhas
Caminhos, estradas, trilhos e trilhas
Escolhas
Visão de mundo, concepção
Escolhas
Paradigmas, controvérsias
Escolhas
Pontos de vista, opinião
Escolhas
O bem e o mal
O bom e o mau
Dentro e fora
Escolhas
Caminho para a Barra de Itariri - dentro do carro |
Ponte sobre o Rio Itariri - também dentro do carro |
Caminho para o Conde |
Vida de viajantes aventureiros
Paixão comum
Terra batida, poeira, sol, rio e mar
Aventuras em família
Água de coco, acarajé com camarão
Moqueca e abará
A poeira arde nos olhos
O sol arde na pele
Respira fundo
Ar puro, cheiro de alecrim
Costela de vaca, terra batida, cascalho
Vida de viajantes
Família de aventureiros
Como dizia Gonzaguinha, Bom dia, natureza!
Baixio |
Da janela lateral do quarto da pousada Encantos
Contemplo o rio e seus antigos moradores
O cheiro do mangue entranha nas narinas
O canto dos pássaros machos tentando atrair as fêmeas para o acasalamento
Estridentes, muitas vezes sombrios
A calmaria das águas
O passo lento dos caminhantes que trafegam pra lá e pra cá
O cheiro bom do café de Dona Zezé
Tudo me atrai
As frutas vermelhas do pé de acerola
O papo gostoso, o som do violão de Luciano
E a gente a cantar, festejando a vida
Homenageando o amor
Saudosos de um tempo bom, que se foi e não tem como voltar jamais
Ana, desculpe-me, você diz que não tem nenhuma pretenção de ser poetisa, mas tu és.
ResponderExcluirApenas Vicente de Carvalho, enquanto se banhava num riacho, viu uma flor deslizando n´agua e transformou aquela cena banal numa das mais belas poesias da Literatura Brasileira - " A FLOR E A FONTE" -
"Deixa-me, fonte! Dizia
A flor, tontas de terror.
E a fonte, sonora e fria
Cantava, levando a flor
.....
Chorava a for e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte sonora e fria
Rolava, levando a flor".
Você tem o mesmo dom; a mesma visão: transformar em poesia os fatos mais comuns, à vista.
Meus parabéns.