Ela chegou de repente e encontrou a sala lotada. Olhou em volta, nenhum lugar para sentar.
Olhei surpresa para todos ali e pensei: - Vou ceder o meu lugar, pois, se estivesse em seu lugar, gostaria que fizessem o mesmo!
Levantei e fiz um sinal com a cabeça convidando-a a sentar. Ela agradeceu e respondeu que não seria necessário, que estava bem.
Tentei puxar conversa e perguntei algumas futilidades, e ela, sorrindo respondeu sem compreender o meu súbito interesse em conversar. Entre pausas e sorrisos amarelados perguntei:
- Para quando é o bebê?
Ela respondeu um pouco constrangida:
- Não estou grávida!
Neste momento, queria ser uma avestruz! Torcia para ouvir aquele som do guichê anunciando o número da minha senha para eu fugir dali apressadamente sem olhar para atrás... Não sabia o que pensar, muito menos o que dizer... Pedi desculpas e o silêncio se fez!
Fui atendida e retornei aos afazeres cotidianos. Mas algo me incomodava... Não conseguia esquecer a gafe!
No dia seguinte retomei as atividades normalmente, mas com uma sensação desagradável, como se tivesse magoado alguém. Ao mesmo tempo tentava me consolar pensando: - não tinha como eu saber, a barriga dela parecia a de uma mulher grávida, não tive culpa!
Após o almoço, tinha marcada uma reunião com uma "possível contratante" para uma prestação de serviços. Cheguei na hora marcada, e quando solicitada entrei para realizar a entrevista. Nada poderia ser pior! A minha "possível contratante" era a mulher que pensei estar grávida devido ao tamanho avantajado de sua barriga!